quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

O Juiz e o WhatsApp e o Uber fora do ar





Eu vejo os taxistas saindo pela rua em protesto contra o Uber. Protestos que vão além da autoridade e chegam ao extremo da violência. Com motoristas e passageiros do rival sendo espancados e seus veículos depredados. O Uber é uma empresa que emprega quem tem carro e queiram garantir uma renda transportando passageiros. Funciona assim, o motorista se cadastra no sistema, espera a aprovação e começa a trabalhar, o consumidor (passageiro) também se cadastra e todas as vezes que precisar de transporte basta avisar o sistema e o veículo mais próximo é notificado para atender esse passageiro. O motorista fica com sua porcentagem do valor tabelado cobrado pela corrida e o Uber com o restante, e de acordo com minhas pesquisas, o passageiro fica contente com a economia pois o valor pago é inferior ao montante cobrado pelos taxistas. Este é um modelo de negócio que todos saem ganhando. Por isso a aprovação foi imediata.

A muitos e muitos anos distantes ... o dono de um táxi era uma pessoa comum como eu e você. O taxista comprava seu táxi, o ponto de trabalho e sua licença e esse bem ia se perpetuando até os filhos. Dependendo de onde o ponto era localizado, como próximo ao aeroporto, dava para ganhar um bom dinheiro. Então vieram as empresas de olho nesse bom dinheiro e hoje praticamente não existe o “proprietário” de um táxi como conhecíamos. As empresas hoje são donas e os taxistas trabalham para elas. E como se ainda não bastasse tudo isso, fizeram uma lei às pressas para que o táxi não possa mais se perpetuar para os filhos. Nesta atmosfera tudo ia cada vez melhor, os empresários enchendo os bolsos de dinheiro e o consumidor sendo explorado. Mas o futuro chegou e junto com ele a tecnologia e o progresso que tirou o sono dos empresários que são donos de frota e achavam que seu modelo ultrapassado seria eterno.

E os taxistas (aqueles que trabalham com o táxi do empresário) estão seguindo a onda como paus mandados em vez de aproveitarem esta oportunidade em que o futuro vislumbra para mudarem seu modelo de negócio. Resolveram proibir o concorrente de trabalhar através de uma lei feita às pressas e também espancando quem desobedecesse essa lei. Uma lei que proíbe o uso do aplicativo Uber em São Paulo. Se hoje eu fosse taxistas já estaria com meu carro novo (hoje é bem mais fácil de comprar) e trabalhando com o Uber. E se eu fosse empresário de frota de táxi já teria aproximado meu negócio com o mesmo modelo que o Uber usa, criando assim minha própria rede online, em vez de ficar dando murro em ponta de faca. E o mesmo vale para o WhatsApp e o lema das operadoras.

O WhatsApp apareceu como um mensageiro instantâneo, além de compartilhar fotos, vídeos e áudio com gravação especialmente de voz. Recentemente ganhou recursos de ligação de voz com qualidade superior ao serviço das operadoras. Mas isso não é o medo das operadoras, e sim a aceitação em massa mais de 900 milhões de usuários. Um número razoável que se cansou da ganancia de multinacionais que prestam serviços caros e sem qualidade.

Mesmo tendo lucro com o aplicativo, pois ele ainda exige o chip da operadora e um plano de dados web como 3G ou Wi-Fi, no dia 16 de dez de 2015 valeram-se de uma ordem judicial e desativaram o WhatsApp em todo o Brasil. A ideia era que o cancelamento durasse 48 horas, mas outra ordem judicial, considerando esta ordem abusiva, fez o WhatsApp voltar em menos de 12 horas. Foi um tiro no pé.

Neste período o povo letrado e o iletrado correu atrás do prejuízo buscando alternativas, e encontraram, muitas. Foram descobertos meios que qualquer leigo poderia fazer, como usar uma VPN para enganar o celular com uma rede de outro país para assim usar o WhatsApp mesmo com o bloqueio autorizado pelo juiz. Também foram testados outros programas similares e até melhores, entre estes está o Telegram que veio a conhecimento público e alcançou fama. E depois do susto a maioria continuou usando o aplicativo substituto e não retornaram ao produto de origem.

Se houve acomodação da parte do povo também houve do WhatsApp o mensageiro instantâneo que ainda está atrelado as operadoras. E não ficaria surpreso se o próximo passo seria sair dessas amarras, descartar a necessidade de precisar de chip e internet. Pois qualquer GPS usa seu satélite e ultimamente até o Google Maps desatrelou, e por que não o WhatsApp? Seria nosso sonho e o pesadelo das operadoras.

https://www.uber.com/pt/

https://telegram.org/

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