quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Não é conteúdo nosso, mas vale seu tempo

Luciano Ribeiro recomenda: Venho passando por uma jornada pessoal na tentativa de ser mais criativo e um melhor escritor. Esse discurso do Neil Gaiman é uma ótima fonte de insights sobre a realidade do trabalho criativo: não é fácil, é tedioso, e demanda disciplina e consistência.
Rodrigo Cambiaghi recomenda: Tá insatisfeito com seu salário? Que tal compará-lo com a realidade da maioria dos brasileiros?

Marcela Campos recomenda: A crítica do El País para o filme Spotlight. Colando na onda do artigo do Jader, li o texto de Camila Moraes, que levanta o ponto talvez mais importante do filme - a prática jornalística. Podemos estar em crise, mas o jornalismo não morreu nem morrerá.
E eu recomendo a ótima reportagem publicada no site Risca Faca sobre a história e realidade do Presídio Central de Porto Alegre, a maior penitenciária do Brasil que opera, claro, nas piores condições imaginadas.
Abraços!
Guilherme, Jader e Luciano.

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

O que pode acontecer quando você pede um café e te trazem agua tônica e um doce ?



   Em um fim de tarde, vindo do trabalho para minha casa, encontrei próximo ao metrô uma cafeteria, que eu conheço de passagem, sem nunca ter entrado. Parei em frente, a atendente cumprimentou-me. Enquanto sentei a pequena distância do balcão, postou-se ao lado de mim, anotou o pedido, e saiu para trazer meu café.

   Quando retornou, trouxe dentro da bandeja uma pequena taça com água tônica, uma xícara com café e um doce. A verdade é que eu só vim para tomar o café da tarde, pela primeira vez não soube o que fazer, para com esse gesto, esse costume da casa. Mais por vergonha de demonstrar em não saber, comecei a engolir desajeitado, rápido, porque precisava sair depressa, não tanto, por causa de minha obtusidade, mas por não conseguir reagir de maneira natural a surpresa daquela mudança de rotina.

   Quem tem boca vai a Roma, e boca no meu caso é insistência em obter resposta da pessoa certa. Decidir voltar no mesmo estabelecimento e solicitar outro café, antes porem, perguntar o modo correto de digerir a bebida, não aguentava mais a ansiedade de saber logo essa verdade através da atendente, para eu, a pessoa certa que podia socorrer-me.

   A atendente séria, fitou em mim os olhos, convidou-me a esperar. Quando voltou com a bandeja eu ainda estava tentando adivinhar o que ela ia agora dizer. Esta, agora risonha, foi logo dizendo que eu primeiro teria que beber a água tônica para limpar as papilas gustativas e assim apreciar melhor o sabor do café, o doce era apenas um agrado, um extra, poderia ser comido antes. Compõe apenas o visual de apresentação, mas não tem relevância na degustação do café.

   Comecei mal e acabar bem era gratificante.

A Flauta Doce é Divina

 

Minha simpatia e admiração pela flauta doce vem de muito tempo, desde criança. Naquela época eu apenas observava e ficava admirado com o que algo tão simples podia fazer com relação a música. As possibilidades eram imensas e me impressionava. Então passei a gostar demais da flauta doce. Minha tristeza é que apesar dela ser o instrumento musical mais antigo do mundo e de ter vivido períodos de gloria em que até os Reis a tocavam, neste século XXI ela ainda está sendo rodeada de preconceito. Preconceito esse alardeado por quem não sabe tocar e por quem toca mal.

   O exemplo mais simples é quando alguém te pergunta se você toca algum instrumento e sua resposta imediata for a flauta doce. Quando isso acontece você apenas ver cabeça virando, olhos fixando o infinito e boca se contorcendo não deixando dúvida que se tratam de sinais claros de desdém.

   E para agravar ainda temos os modelos de baixo custo que não passam de brinquedos desafinados e são viralizados e distribuídos em escolas ou igrejas que tenham cursos de iniciação musical. Juntando isso a muitos professores de escola pública que não entendem nada de música e que preencheram as vagas de trabalho através de canudo o resultado é catastrófico. E a soma são alunos desmotivados que nunca vão aprender a tocar bem, assim como seus professores mas saem por aí dizendo com muita seriedade que aprenderam tudo.

   E neste pandemônio todo mundo toca mal, daí a flauta doce fica insuportável traumatizando legiões. Mas quando conhecemos o outro lado, de bons professores e instrumentos de qualidade e ouvimos uma flauta doce sendo bem tocada, de fato descobrimos que ela é celestial. Eu nunca me canso de ouvir o Conserto per flautino Alegro molto de Antonio Vivaldi neste instrumento original, é para flauta doce, e é divino.


segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Já perguntou para o patrão como faz pra ganhar dinheiro ?



Um contador de historias coleciona contos da vida que estão longe das salas de aula de faculdades. A maioria delas geram aprendizados e outras fazem rir. E ai dos professores que não aprenderam esse saber da boca dessas pessoas vividas. Nunca poderão repassar esta experiência genuína  para seus alunos.

Neste momento tomo a liberdade de falar sobre um desses amigos calejados pela vida que responde pela alcunha de  Dijalma e me contou sua experiência adquirida quando trabalhou para um português numa padaria. Esperto como era, trabalhou durante um ano e logo em seguida abriu uma padaria própria. No entanto, profetizando as pesquisas de vida útil de uma empresa brasileira, fechou as portas antes de completar um ano. Cabisbaixo, voltou ao antigo emprego para fazer companhia para o português.

Dijalma não conseguia entender como o português progredia cada vez mais e quase sem esforço, enquanto ele não conseguira fazer o mesmo a troco de suor e sacrifício. Um dia encheu-se de coragem e encurralou o português com uma pergunta que poderia dissipar todas as suas dúvidas. " Português, como se faz pra ganhar dinheiro?"

O português tinha uma mania. Antes  de responder qualquer coisa, balançava a cabeça para os lados e esticava o pescoço para cima. Só depois disso respondeu;

"Você já viu lagartixa virar jacaré ? "