terça-feira, 14 de abril de 2015

Bruce Lee e Krishnamurti: O Dragão e o Messias aposentado


Foto por Michael Ochs Arquivos/Getty Images

By Pedro Olavarria

Bruce Lee é sem dúvida o artista marcial mais conhecido e influente de nosso tempo. Mesmo para quem não se interessa por artes marciais o conhece e o respeita. Ele tornou-se uma espécie de Paul Bunyan, sendo o centro de muitos mitos e lendas urbanas. Ele também é a fonte de inspiração para muitos lutadores de MMA, desde Bas Rutten a Jon Jones. Naturalmente sempre que admiramos alguém vem primeiro uma curiosidade que começa com a imitação e depois uma pergunta, assim, para quem admira Lee, essa pergunta natural é: qual é o estilo de arte marcial que ele pratica? Por causa de seus filmes, a hipótese mais natural seria o kung fu, o que é aceitável, uma vez que sua arte prática, por muitos anos, foi o Wing Chun. No entanto, como Lee expandiu essa base, estudando boxe, judô e esgrima, ele começou a duvidar do próprio conceito de estilos ou sistemas de luta.

Até o final de sua vida, Bruce Lee duvidou totalmente do conceito de estilos das artes marciais, coleções fixas de técnicas e estratégias, e do que poderia ser realmente transmitido de mestre para discípulo. O axioma mais conhecido de Lee era “Usando nenhum método como caminho, tendo nenhuma limitação como limite”, lembrando que, enquanto não estivermos confinados por um padrão definido ou doutrina, nossas possibilidades ficam ilimitadas. Muitas artes marciais inclui a palavra caminho em seu nome: Tae Kwon Do, Judô, Aikido, Hapkido, Kendo, desde o japão e a Coreia ao sistema de espadas e armas chinesas. Para Lee, a forma mais eficaz de combate é a que você se adapta melhor. Temperamentos diferentes, tipos de corpo e habilidades atléticas especificas contribuem para a necessidade de uma formação individual. Para Lee, nenhum método pode ajudar todos, mas todos os métodos fixos, se aderido de modo decisivo, certamente vai prejudicar todos.

A filosofia de Lee era simples: Fazer o que funciona em uma luta real. Para Lee, era da responsabilidade do próprio artista marcial descobrir por si mesmo, cientificamente, o que melhor funciona para eles. O que funciona em uma luta real seria diferente para Channing Tatum, Yao Ming, Sarah Silverman e Akebono. Para Bruce Lee, ninguém pode ensiná-lo a lutar. Em vez disso, os melhores professores não mostram ao aluno apenas como aprender; os melhores professores são facilitadores nessa auto-descoberta. Embora as pessoas tenham misturado e combinado artes marciais, desde a aurora dos tempos, ninguém explicou o porquê como a eloqüência de Bruce Lee. É por isso que, além de popularizar as artes marciais através do cinema, a maior contribuição de Lee para artes marciais foi o livro com sua filosofia, Jeet Kune Do, o caminho para Interceptação dos Punhos. Como Jack Slack justamente sublinhou, Bruce Lee previu o desenvolvimento da luta moderna, muito além da neblina temporária do início dos anos 90, quando uma arte aparentemente dominava o mundo. No entanto, como todos os grandes filósofos, Bruce Lee estava em débito com outros grandes pensadores, e talvez ninguém mais do que Jiddu Krishnamurti.



Jiddu Krishnamurti nasceu em 1895, em uma família hindu. Como um menino, ele foi " descoberto" pelos Theosophists que acreditavam que ele estava destinado a se tornar o " Mestre do Mundo ", um escolhido, que iria definir o mundo numa linha reta, ensinando o verdadeiro caminho. A Ordem da Estrela do Oriente foi fundada por estes esotéricos, na esperança de estimular e apoiar o seu futuro messias. Com a idade de 34 anos, com 3.000 seguidores, um castelo na Holanda e 5.000 hectares de terra, Krishnamurti deu o seu famoso "Discurso de dissolução", efetivamente fechando a Ordem da Estrela do Oriente. Neste discurso, Krishnamurti descreve o que ele vê como a loucura de doutrinas, dogmas, sistemas filosóficos e religiões.

Krishnamurti ensinou: " Eu sustento que a Verdade é uma terra sem caminho, e que dela não vos podeis aproximar, por qualquer caminho, de qualquer tipo, por qualquer religião, por qualquer seita. Este é o meu ponto de vista, e eu atenho-me a isso. A Verdade, sendo ilimitada, incondicionada, inacessível, por qualquer caminho, não pode ser organizada; nem deveria qualquer organização ser formada para liderar ou coagir as pessoas por qualquer tipo de caminho particular. Se entenderdes isto, então sabereis quão impossível é organizar uma crença. Ele passou a dizer: “Se uma organização é criada com este propósito, ela torna-se uma muleta, uma fraqueza, um cativeiro, invalida o individuo e impede-o de crescer, impede-o de estabelecer a sua unicidade, que se baseia na descoberta da Verdade, absoluta e incondicionada.”

Não é difícil ver a influência de Krishnamurti sobre Bruce Lee. Basta substituir a palavra verdade por luta e organização ou religião por artes marciais ou estilos, adicione as preposições e artigos apropriados, e você tem um enorme pedaço do Jeet Kune Do. De acordo com Linda Lee Cadwell, a esposa de Bruce Lee, Lee leu toneladas de Krishnamurti, enquanto ficou seis meses recuperando-se de uma lesão nas costas que sofreu durante um levantamento de peso. Quando eu comecei este artigo, eu disse que o próximo passo natural na admiração é a imitação. No entanto, esta é uma peça sobre Bruce Lee. Se realmente admiro Bruce Lee, eu sei que certamente ele diria para não imitá-lo. Na verdade, ele nos diria para ser completamente único e original, para sermos nós mesmos, ao invés de seguir as tendências, pensar por nós mesmos e não meramente decorar a linha de pensamento dos grupos religiosos, políticos e educacionais que nos levam ao comportamento de um rebanho de ovelhas. Lee nos diria para " matar o Buda ". Bruce Lee e Krishnamurti eram defensores da liberdade humana; o que Krishnamurti defendia em termos de filosofia e religião, Bruce Lee defendeu nas artes marciais, para sermos absolutamente e incondicionalmente livres.

Fonte

Família Matarazzo

Quando passou a famosa mini-série global “Maysa - Quando Fala o Coração”, que narra a história de Maysa Monjardim Matarazzo, que nos anos 50 e 60 ficou famosa nacionalmente por suas músicas de samba-canção, com pitadas de bossa-nova, muitos que assistiram ficaram sabendo que os Matarazzo eram podres de ricos.Mas só isso.E afinal,quem eram essa Família Matarazzo?

MaysaMatarazzo

Os Matarazzo foram a família brasileira mais rica do século 20, quando seu nome tornou-se sinônimo de Riqueza; hoje, entretanto, não há nenhum Matarazzo na lista dos bilionários brasileiros.

Francesco Antonio Maria Matarazzo nasceu em Salerno, sul da Itália, em 1854; chegou ao Brasil em 1881, onde aportuguesou o nome para Francisco; no mesmo ano, abriu em Sorocaba seu primeiro negócio, uma empresa de produção e venda de banha de porco.

Em 1890 muda-se para a capital, onde funda a Companhia Matarazzo S.A., que importava trigo dos Estados Unidos. Em 1900, substitui a importação por um moinho, que seria base para o início de um império industrial, abrangendo produtos de consumo como trigo, tecelagem, alimentos, etc. e serviços, como o Banco Francês e Italiano.

Em 1917, em reconhecimento pelos recursos que enviou à Itália durante a Primeira Guerra (Francisco era um dos italianos mais ricos do mundo), recebeu, do então rei italiano Vítor Manuel III, o título de Conde. Francesco Matarazzo faleceu em 1937, e o comando dos negócios passou para Francesco Matarazzo Filho (Chiquinho Matarazzo), o segundo mais novo de seus treze filhos.

Na década de 1950, as Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo eram o maior grupo industrial da América Latina, comparável ao império construído no século anterior pelo Barão de Mauá; o emblema do grupo (imagem ao lado) falava em Fides-Honor-Labor, ou seja, Fidelidade, Honra e Trabalho. Leia essa reportagem da revista Época publicada em 1999 sobre o Império da Família Matarazzo.

No final do século 20, o aumento da concorrência comercial e as brigas familiares internas causaram a decadência do grupo; em 2007, foi alienado um casarão da avenida Paulista, que constituía o último bem patrimonial do grupo Matarazzo.

Isso não significa, evidentemente, que os Matarazzo tenham ficado pobres. Provavelmente os mais conhecidos membros da família são o Senador Eduardo Matarazzo Suplicy (Matarazzo por parte de mãe e Suplicy por parte de pai) e seu filho Eduardo “Supla” Suplicy (Marta Suplicy, ex-esposa do Senador, agregou o sobrenome Suplicy, mas não o Matarazzo).

Outro que tem algum destaque popular é André Matarazzo (nascido 1919, falecido 1964), neto do Conde e tio do Senador, que foi casado com a cantora Maysa; o casal teve um filho, o diretor de cinema e televisão Jayme Monjardim (atualização: a revista Veja 2096, de 21 de janeiro de 2009, publicou uma entrevista com Jayme Monjardim, na qual ele fala, entre outros assuntos, da sua relação com os pais; colocarei um link para a entrevista, assim que a revista torná-la disponível para não assinantes).

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