Novembro de 63, de Stephen King
Livro: Novembro de 63
Autor: Stephen King / Editora: Suma das Letras
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E se…
E se te dessem a chance de voltar no tempo? Não para qualquer momento que você quisesse (infelizmente) mas para um momento específico, antes mesmo de você nascer, a tempo de mudar algumas coisas importantes da história como você a conhece?
Você teria recursos, conhecimento privilegiado, e poderia até mesmo voltar ao presente e ver os resultados daquilo que mudou. Mas é preciso determinação, pois as mudanças só se manterão se você não voltar ao passado novamente. Mas cuidado! Isso não é um video game filho, se você morre é game over e o passado não quer ser mudado, ele vai reagir a altura se você tentar.
Essa é a premissa básica de Novembro de 63 para não dar muitos spoilers, e essa possibilidade é apresentada a Jake Epping, um professor de inglês recém-divorciado e sem filhos, que é convencido a aproveitá-la para tentar impedir a morte de Kennedy, na esperança de que isso represente algo de bom para o mundo como o conhecemos.
O problema é que o nosso viajante, só pode voltar para setembro de 1958 e assim terá que aguardar 5 cinco anos para ter certeza se conseguiu impedir o assassinato que aconteceu em Nov de 63, daí o título. Ele terá que se manter em segurança (vivo) durante esse tempo, sem levantar suspeitas, se controlar para não alterar o que ele conhece do passado e descobrir qual a melhor forma de impedir um dos assassinatos mais marcantes e obscuros da história.
Tem duas coisas bacanas que você pode saber antes de ler este livro, spoilers free, prometo:
A primeira e mais importante é que a morte de JFK foi uma das coisas mais marcantes da história americana, mesmo da história mundial. Como o autor cita no começo do livro “para a razão é praticamente inadmissível que um homenzinho solitário derrube um gigante no meio das suas limusines, legiões, multidão e segurança“. Goste você ou não dos Estados Unidos, era um presidente de um país grande, sendo morto no meio da rua com transmissão ao vivo. Além do choque, surgiram várias teorias que perduram ainda hoje sobre a verdadeira motivação do assassino e como as coisas realmente aconteceram, já que o atirador foi morto a tiros logo depois de ser preso e nunca teve a chance de ser julgado. [Até os x-men se meteram nesse bolo no filme "Dias de um futuro esquecido", agora em 2014]. Recomendo até que, se você não conhece o caso da morte de JFK, pesquise um pouco antes de ler. De maneira alguma isso é necessário para compreender o livro, mas vai tornar mais divertida a experiência, acredite.
A segunda coisa, é a condição que King cria sobre a viagem no tempo do personagem principal. King criou essa fantástica noção de que o passado não quer ser alterado e age contra aqueles que tentam, criando empecilhos inacreditáveis para isso. São os perigos da aventura de Jake Epping.
O livro é espetacular do ínicio ao fim. Brinca com personagens de outros livros do autor (nada que crie dificuldade para quem chega a Stephen king pela primeira vez aqui, e são pequenos easter eggs para quem já acompanha o autor), relembra o passado com saudosismo, mas sem forçar a barra e de quebra ainda cria sua própria versão do que aconteceu naquele Nov de 63. A tradução da Beatriz Medina pela Suma das Letras é excelente e a leitura flui bem tranquila pelas mais de 700 páginas, que passam rápido.
Leiam que vale a pena!
